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Wednesday, June 7, 2023

Via FB // Casa da Ópera de Vila Rica - Teatro de Ouro Preto.253 Anos . (1770-2023)




 Casa da Ópera de Vila Rica - Teatro de Ouro Preto
                                      253 Anos
                                    (1770-2023)
Desde os primórdios da “chegada" dos portugueses no Brasil, o teatro, aliado à religião, vem contribuindo para a formação da nação. Embora pareça que o objetivo dos colonizadores fosse a exploração das riquezas do país, houve, também, preocupação com o aspecto cultural, não só na Corte, mas em quase todas as vilas. Esse fato não foi diferente em Vila Rica. O ouro abundante propiciou um progresso jamais visto no interior do Brasil, transformando Vila Rica na maior cidade das Américas. A produção cultural era tão profícua quanto a aurífera na Capital das Minas Gerais. Assim, na Rua Santa Quitéria, em 1769/1770, inaugurava-se a Casa da Ópera de Vila Rica. João de Souza Lisboa, construtor e proprietário da obra, também o Contratador dos reais quintos e entradas, foi apoiado pelo Conde de Valadares, governador da Capitania, e por Cláudio Manoel da Costa, Secretário de Governo
Considerado o teatro mais antigo das Américas em funcionamento, a Casa da Ópera de Vila Rica, sua antiga denominação, foi construída pelo coronel João de Souza Lisboa, dentro da tradição arquitetônica luso-brasileira. Sua localização, no Largo do Carmo, não lhe dá nenhum destaque entre o casario vizinho.
Edifício de fachada singela, lembra a austeridade da arquitetura civil da época. Apresenta empena frontal, de vaga inspiração neoclássica, em contraste com aberturas em arco abatido, de tradição barroca, e elementos medievalizantes, óculo quadrilobado e arcaturas acompanhando a cornija da empena. Seu interior, também acanhado, segundo as palavras do viajante francês Saint-Hilaire, constituía-se de quatro ordens de camarotes, encerrados por balaustradas de madeira recortada. A sala de espetáculos, originalmente, era iluminada por velas entre os camarotes.
O escritor Affonso Ávila, autor de “O Teatro em Minas Gerais: Séculos XVIII e XIX” afirma: “A quem visita hoje o Teatro Municipal de Ouro preto, antiga Casa da Ópera, parece ainda tomá-lo de uma atmosfera de envolvimento, de impacto dramático, lembrando nisso o clima barroco, que era o ambiente propício de seus primeiros frequentadores e seus primeiros espetáculos”. A atmosfera de envolvimento quase desaparece completamente em 1885, quando o governo provincial chega a planejar a construção de um novo teatro em Vila Rica que, Capital, merecia. Ao passar o governo da Província para seu sucessor, conselheiro Herculano Ferreira Penna, o presidente Francisco Diogo Pereira de Vasconcelos declara: “V. Exc. resolverá com parecer mais acertado, dotando esta cidade com um edifício que proporcione a seus habitantes algumas distrações, aproveitando os talentos e a propriedade de alguns jovens, que muito se acanham trabalhando no antigo teatro próximo a desabar”. Nem o Teatro desabou, nem construíram outro. E a reforma, concluída após sete anos, “foi executada com perfeição e economia”. No entanto, persistentes, governantes e governados de Vila Rica continuam, no final do século XIX, a sonhar com um teatro espaçoso, confortável, moderno. Entre vários motivos, um sobressai: com a ameaça de transferir a Capital para outro local, quem sabe a construção de um grande teatro modificasse os fatos? Os fatos foram modificados no final do século XIX, em Vila Rica, em Minas Gerais e no resto do país com a chegada do fonógrafo e do cinema. Os teatros viram a frequência reduzida, e o de Ouro Preto não fugiu à regra. No entanto, aos poucos a convivência entre o antigo e o novo foi-se estruturando, cada qual ocupando o próprio espaço. Mais uma vez, o Teatro Municipal de Ouro Preto não fugiu à regra.

 
Referências :

• ÁVILA, A. O teatro em Minas Gerais nos séculos XVIII e XIX. Ouro Preto: Secretaria Municipal de Cultura e Museu da Prata, 1978.
• ARAÚJO, E. R. S. Restauração do Teatro Municipal de Ouro Preto. Ouro Preto: Curso de Engenharia Civil, Universidade Federal de Ouro Preto, 2006. 80 p. (Relatório de Estágio Supervisionado, Engenharia Civil).
• https://casadaoperadotcom.wordpress.com/historia/Acessado em 06/06/23

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